Uma equipe de profissionais criaram o projeto em uma impressora 3D com resina que garante mais durabilidade.

A novidade deu à ave uma nova chance
Uma equipe de veterinários de Jundiaí deu a um tucano uma nova chance, com um bico feito em impressora 3D, após a ave ter perdido parte do membro depois de um ataque de onça. O implante levou cerca de dois meses para ficar pronto, e foi feito com resina, garantindo mais durabilidade.
O tucano, que recebeu o nome “Miguel”, foi resgatado em Franco da Rocha, em abril deste ano, e despertou na veterinária jundiaiense, Anna Beatriz Nicolau Rocha, a vontade de ajudar o bichinho. Assim, ela decidiu estudar sobre o novo tipo de implante que desse mais qualidade de vida ao animal ferido.
“O Miguel deu entrada em Franco da Rocha sem a parte do bico e com outra parte comprometida. O dono do tucano doou pra gente, pois dizia não conseguir arcar com os custos para mantê-lo. Nós já tínhamos visto alguns relatos de implantes feitos em impressoras 3D, mas percebemos que estavam todas fadadas ao fracasso por conta da baixa durabilidade”, conta.
Tempo recorde e primeiro caso
Assim, Anna Beatriz reuniu uma equipe que estudou a aplicação da tecnologia, feita com resina fotopolimerizadora e um pino intramedular. De acordo com a veterinária, esse implante garante ao tucano a mesma qualidade de vida anterior ao incidente com a onça.
Ela explica: “A composição de resina fotopolimerizadora, comumente utilizada por dentistas e os pinos intramedulares foram diferenciais nesta prótese 3D. Ela ficou mais anatômica, leve, o peso total não passou de 30 gramas. Isso garantiu sustentação e funcionalidade, além de distribuição da mordida do tucano. A prótese produzida é maciça e não oca. Como o bico do tucano é aerado, a prótese segue esta anatomia. Ele [Miguel] foi o primeiro tucano a usar o pino intramedular com a resina fotopolimerizadora. Existem aproximadamente três tucanos no mundo com próteses feitas em impressoras 3D, mas utilizam uma resina acrílica normal e que não dura muito tempo”.

As cerca de 15 pessoas que formaram a equipe trabalharam incansavelmente no projeto, desde abril. Entre eles estão engenheiro, dentista, designer e ortopedista, além dos veterinários. Além disso, o grupo contou com um projetista, que cedeu a impressora 3D.
“Fizemos algumas contas de distribuição, mordidas. Como as próteses de resina, que são as mais comuns de serem feitas em impressoras 3D, tem baixa durabilidade, variando entre 25 e 30 dias, trabalhamos para fazer a melhor prótese possível ao Miguel”, ressalta a profissional.
Nova chance
De acordo com Anna Beatriz, com o novo bico implantado e cicatrizado, a qualidade de vida de Miguel melhorou. A ave consegue agora se alimentar bem e se tornou até mais sociável e amoroso.
“O Miguel era nervoso também, super assustado e não deixava ninguém chegar perto dele que já gritava. Hoje é brincalhão e até dorme junto”, finaliza. No entanto, ainda não há uma data prevista para quando ele poderá retornar para a natureza.
Confira também:
Fonte: Tribuna de Jundiaí
Sabia mais aqui Porta Ideias
Você sabia que o Porta Ideias está no Instagram, Facebook? Siga-nos por lá.